Lidando com a Depressão Pós Parto

13-05-2022

A reação involuntária do corpo que precisa ser discutida

É no ato de gerar uma vida em que as mulheres podem de fato mostrar sua força. São nove meses de variações de humor, hormônios à loucura, ansiedade, noites sem dormir e lá no fundo, um pouco de medo. 

Contudo, é na hora do parto que as coisas se tornam realmente intensas. 

As contrações, as dores e todo o desconforto presente nos últimos meses gestação parecem sumir quando um choro fino é ouvido - aquele é o choro que lhe torna oficialmente uma mãe - e todos aqueles hormônios que vinham enlouquecendo todos os sistemas do seu corpo sofrem uma queda brusca após as primeiras 24 horas após o nascimento do bebê. 

Com essa queda, a depressão pós parto pode dá as caras..

Mas, o que de fato é essa doença? 

Segundo estudos da Organização Mundial da Saúde (OMS), 1 a cada 6 mulheres sofrem com esse mal durante os dois - três meses após o parto. 

A depressão pós parto  é uma reação da vulnerabilidade psicológica em que a mulher se encontra durante o seu periódo de puerpério, sendo assim uma reação involuntária ao novo estado mental, físico e emocional em que a mãe se encontra.

Foi isso que aconteceu com Merciane Dantas, há nove anos atrás quando deu à luz a sua primeira filha, Rute, com apenas 21 anos. 

A mãe de primeira viagem estava morando em outro estado desde o momento do seu casamento - dois anos antes de sua gravidez - e com toda a montanha russa de emoções que acompanham um parto, ela pôde identificar os primeiros sintomas da depressão pós parto. 

"Eu li bastante sobre isso durante a gravidez, quando os primeiros sintomas começaram a aparecer eu logo identifiquei. É uma tristeza sem explicação, traz uma sensação muito ruim de que você não vai conseguir, de que você não é capaz."

Ela conta que não teve nenhuma ajuda de psicológos ou qualquer outro parente, pois sentia vergonha de admitir que se sentia incapaz, infelizmente esse é um pensamento comum entre as mulheres que possuem essa condição. 

O pensamento de que é necessário que você seja uma super mãe desde o nascimento do seu filho ou filha pode causar uma ansiedade e talvez uma frustação quando você percebe que não é tão simples, que nem tudo o que está nos livros realmente acontecem.

Depressão Pós-Parto não é uma condição permanente, não é algo vergonhoso e possui sim, cura. 

Para Merciane, o colo de sua mãe, Maria das Mercês foi o que bastou para que ela pudesse superar essa tristeza e perceber que não importava o que acontecesse, aquela neném que dormia em seus braços a consideraria a melhor mãe do mundo independete de qualquer coisa, assim como ela considera a sua mãe a melhor de todas. 

Oito anos depois do nascimento de Rute, Merciane deu à luz a sua segunda filha, Luísa.
Dessa vez, as coisas foram diferentes, para ela o apoio constante de sua família e sua experiência como mãe a deixaram mais confiantes de que tudo daria certo.

Merciane e família comemorando o 1º ano da filha caçula
Merciane e família comemorando o 1º ano da filha caçula

Vale lembrar que existem três tipos de depressão pós-parto: a tristeza materna; depressão e a psicose materna. Cada uma tem seus sintomas, entretanto, todas podem ser tratadas desde que haja a vontade de melhorar. 

Merciane finaliza a entrevista encorajando as mães que passaram pelo mesmo processo de evolução materna a não se sentirem culpadas ou envergonhadas. 

"É algo natural que não temos controle, mas nada disso nos torna menos mãe. Procure ajuda e não se preocupe, tudo vai dar certo."

Por: Ana Silva

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